Diretora explica quando a mudança de escola pode ser benéfica na primeira infância
No ambiente escolar, as crianças mergulham em um mundo repleto de aprendizado e crescimento, onde cada dia é uma jornada de descobertas. É nesse cenário dinâmico que se desdobram várias dimensões do seu desenvolvimento, principalmente na primeira infância.
A escolha da metodologia abordada pela escola desempenha um papel essencial no desenvolvimento acadêmico, social e emocional das crianças. Segundo a diretora da escola curitibana Interpares, Dayse Campos, desde o berçário os pequenos já iniciam uma intensa jornada de desenvolvimento cognitivo, motor e emocional.
“A escola se torna um caldeirão de ideias e sinapses, onde a curiosidade é alimentada e o pensamento crítico é estimulado. Além disso, é na escola que a criança tem, hoje, suas principais oportunidades de socialização e vínculos. Os relacionamentos construídos são, geralmente, o que as famílias mais levam em conta na hora de trocar ou não de escola”, explica ela.
A diretora explica que uma mudança de escola no meio da infância pode ser desafiador tanto para os responsáveis quanto para o aluno, que precisará reconstruir laços na nova escola. Porém, antes de descartar essa possibilidade, é importante levar em conta uma série de fatores.
“Em certas situações, a mudança de escola na primeira infância pode oferecer benefícios importantes para o desenvolvimento e para o progresso da criança”, frisa Dayse. A diretora da Interpares lista cinco motivos a serem considerados ao se pensar na transferência de escola para uma criança da educação infantil:
Adequação ao estilo de aprendizagem: cada aluno tem uma linguagem própria no seu processo de aprendizagem. Se a escola atual não está conseguindo acessar essa linguagem e atender suas necessidades específicas para engajá-lo nas atividades, é importante considerar a mudança para um ambiente mais compatível com a forma de aprender dessa criança. Isso pode melhorar significativamente seu progresso acadêmico, sua autoestima e felicidade na escola.
Ambiente social e emocional: o ambiente escolar desempenha um papel importante no desenvolvimento social e emocional. Se a criança está enfrentando dificuldades de integração, bullying ou simplesmente não se sente confortável, é preciso observar os motivos e a capacidade da escola atual em oferecer estratégias de superação dessas dificuldades. A mudança para um ambiente mais preparado e acolhedor pode ser vantajosa para o bem-estar dessa criança.
Metodologia educacional: cada escola tem sua própria abordagem educacional. Se os métodos utilizados pela escola atual não estão alinhados com os objetivos de aprendizagem da criança ou com a filosofia educacional da família, é sempre válido considerar uma mudança para uma escola com metodologia e linhas pedagógicas mais compatíveis com o estilo de vida da família.
Necessidades especiais ou diferenciadas: Se a criança possui necessidades educacionais especiais que não estão sendo devidamente atendidas pela escola atual, a mudança para um ambiente que ofereça recursos e suporte adequados pode ser fundamental para seu progresso. A diretora lembra, no entanto, que não se trata de excluir o aluno do processo pedagógico e sim buscar uma escola que saiba mantê-lo incluído ao mesmo tempo em que atende suas
Mudança geográfica ou logística: Alterações na localização da residência da família ou na rotina diária podem tornar mais prático e conveniente matricular a criança em uma escola mais próxima ou de melhor acesso. Afinal, a qualidade de vida da família, assim como ter mais tempo para passarem juntos, é parte importante do desenvolvimento infantil.
“A decisão de mudar a criança de escola durante a educação infantil é complexa e requer consideração cuidadosa. Pais e responsáveis devem analisar cada aspecto individualmente, levando em conta o bem-estar e o desenvolvimento integral dos seus filhos”, destaca Dayse.
Segundo ela, além do intelecto e das relações interpessoais, a escola é um ambiente importante para o desenvolvimento físico e motor. Ter espaço para movimentar-se, correr, pular, escalar e interagir em grupo é essencial para o respeito à infância e a construção de amizade, cooperação e empatia.
“Aos pais que sentem medo dessa mudança, mesmo sabendo que ela é necessária, digo que confiem nos seus filhos. Se for para o bem deles, saberão desenvolver as habilidades de adaptação, resiliência e flexibilidade necessárias para essa fase”, encoraja Dayse.
Dependendo da escolha da nova instituição, a mudança pode oferecer um ambiente que melhor atenda às necessidades globais da criança, abordando não apenas o desenvolvimento acadêmico, mas também o social, emocional e físico. “Ver o aluno feliz vale todo o esforço envolvido numa mudança de escola”, finaliza.
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